quinta-feira, 1 de abril de 2010

Brasil registra 58 casos de violência contra jornalistas em 2009, revela Fenaj

Estudo realizado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) revela que os agentes do estado foram os principais responsáveis por agressões a jornalistas em 2009. De acordo com o levantamento, de janeiro a dezembro foram registrados 58 casos de violência contra profissionais de imprensa.

O estudo foi realizado por meio de denúncias e informações obtidas pela Fenaj junto a sindicatos e entidades de imprensa. Ao todo, foram registrados 26 casos envolvendo profissionais de veículos impressos, 9 de TV, 2 de rádio, 8 de blogs e sites, além de 13 casos sem identificação.

Um dos pontos ressaltados pela Federação é o crescimento de liminares e recursos para impedir o acesso e publicação de notícias. Além do jornal O Estado de S. Paulo -proibido judicialmente de informar sobre a "Operação Boi Barrica", que apura supostas irregularidades cometidas pelo empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP) -blogs, jornais e sites também foram alvo de ações na Justiça.

Para o presidente da Federação, Sérgio Murillo, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em acabar com a exigência do diploma para o Jornalismo representa o caso mais emblemático contra a imprensa em 2009. "A decisão mostra que os ministros do Supremo não sabem o que é o Jornalismo".

O estudo revela, porém, que os dados sobre violência são parciais, por conta de que muitos casos não chegam ao conhecimento público. Segundo a Fenaj, "mesmo sendo vítimas de censura, agressões, ameaças, assédio, os jornalistas continuam se calando".

A entidade ressalta que "continuará trabalhando pela divulgação e punição dos agentes responsáveis pelos casos de violência contra os jornalistas e contra o direito da sociedade de receber informação qualificada".

Relatório anterior divulgado pela Federação revelou que, entre os anos de 2007 e 2008, foram registrados 91 casos contra jornalistas no Brasil. Nos dois anos, a agressão e a censura foram as principais formas de intimidação contra o trabalho da imprensa.

Na avaliação de Murillo, os dados revelam que as agressões contra jornalistas não aumentam de forma considerável a cada ano. O presidente da Fenaj alerta, porém, que a tendência é de que neste ano sejam registrados mais casos, por conta das eleições de outubro.

Fonte: http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/04/01/imprensa34784.shtml

Post: Rafa Pille

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